Comecei a correr em setembro de 2014 depois de me recuperar de uma lesão no joelho, que me fez dar um tempo no tênis (esporte que pratiquei minha vida toda). No inicio eu corria para manter o condicionamento físico e a ideia era voltar a jogar tênis.
Em janeiro de 2015, uma amiga me fez a proposta de fazer uma maratona e eu penso que eu não tinha nenhuma noção do que era uma maratona quando eu respondi: “Legal, acho que dá! Vamos!”.
Corri por minha conta janeiro, fevereiro, março e em abril eu comecei a me preocupar. Percebi que sozinha não ia dar.
Eu conheci o Claudio Castilho numa palestra sobre Coaching na empresa que trabalho e decidi procurá-lo.
Lembro bem do que ele me disse: “Temos 19 semanas, vamos ver como você reage com mais volume por 5 semanas. E então poderei dizer se é possível ou não!”
No dia 25 de maio eu comecei a treinar na S&P, depois de 5 semanas decidimos seguir para a Maratona!
Alguns me questionaram como eu queria fazer uma maratona se nunca tinha feito nem uma meia?! Nesta época eu virei a “Raquel Maluca” para os amigos da assessoria (rs).
Na minha cabeça, se eu estava treinando para uma maratona, faria uma maratona! Ok, em agosto eu fiz os 21 da Asics para sentir uma prova mais longa e terminei muito feliz! Antes disso eu fiz uma prova de 10K apenas…
Os meses passaram, muitas adaptações foram feitas, mudei hábitos, alimentação, meu pensamento e depois de renuncias, chuva, calor, frio, dor e prazer, o dia da prova chegou.
E então a hora da largada e todas as inseguranças foram ficando para trás a cada quilometro. No quilometro 30, a parede, olhei para os lados e me disse “keep running”, nos 35 a certeza “nada mais me para!”, nos 40 o nó na garganta e o pensamento “se segura porque ainda não acabou”!
Em alguns minutos, eu vi o pórtico! Eu tinha uma alegria que não cabia dentro de mim, meu coração acelerou e eu também. Cruzei a linha de chegada com 04h 25min e chorei, sorri, chorei, olhei ao meu redor, sequei minhas lágrimas e me disse “eu me venci, eu me superei!”.
Todo este processo me ensinou mais sobre quem eu sou aos 40 anos, que os limites estão na nossa cabeça e que nós mandamos em nós mesmos!
Sim, é preciso disciplina e vontade. Uma prova desta é feita com 75% de cabeça, autocontrole e determinação.
Sim, agora eu sou uma maratonista! E posso afirmar com toda a convicção que a Raquel que foi para Buenos Aires decididamente não é a mesma que voltou!
Não se trata de um esporte solitário, precisei de muitas pessoas, treinadores, médicos, fisioterapeutas, amigos e fiz muitos amigos na corrida. Trata-se de uma ambição pessoal e do respeito às distancias, aos treinamentos e, sobretudo do respeito a esta máquina que é o corpo humano!
O desafio e a diversão continuam (sim tem que ser divertido!)!
Que venha Berlin 2016! Terei muito orgulho de vestir a camisa Saúde e Performance em mais uma maratona!
Ah, eu não sei se quero jogar tênis no ano que vem…